
“Brancos” podem tocar blues? Claro, não há porque duvidar da autenticidade musical quando a contrapartida é o talento. O surgimento do Rock & Roll é a maior prova disto. Por falar nisso, o vocalista e guitarrista Kim Wilson – mais conhecido como o líder dos Fabulous Thunderbirds – dá uma aula de blues em seu álbum solo de 2001, Smokin ‘Joint. O disco foi gravado ao vivo com duas bandas diferentes ao longo de quatro noites. As gravações ocorreram em ocasiões diferentes: a primeira seção, em 1999 no The Rhythm Room na cidade de Phoenix/Z, e a segunda, em 2000, no Cafe Boogaloo, na cidade de Hermosa Beach/CA. São 13 músicas que compõem uma mistura de autorais e clássicos do blues.
Wilson usou a mesma seção de ritmo do baixista Larry Taylor e do baterista Richard Innes em ambas as bandas. Os guitarristas Rusty Zinn e Billy Flynn atuaram na primeira seçao, enquanto os guitarristas Kirk Fletcher e Troy Gonyea e o pianista Mark Stevens, na segunda. Wilson não chega a romper nenhum paradigma musical com este trabalho, ao contrário do que fazia com a Fabulous Thunderbirds, quando músicas como Tuff Enuff, Wrap It Up e Powerful Stuff figurava nas paradas pop – mas, ao que parece – com este trabalho, seu maior propósito é justamente resgatar a magia dos pequenos pubs lotados e performances cheias de energia.
Numa breve descrição, podemos dizer que Ain’t Gonna Do It, Oh, Baby, Got to Let You Go e I Can Tell têm um toque de jazz, enquanto que Good Time Charlie, Early in the Morning, Telephone Blues e High & Lonesome fluem na linha do blues tradicional. Entre os autorais estão a faixa título Smokin ‘Joint, um instrumental com um sabor de rock and roll dos anos 50 e Learn to Treat Me Right, que evolui para um R&B / Rock & Roll dos anos 60. Em geral, a versatilidade de Wilson e o jogo de harmônicas fazem uma combinação perfeirta, criando uma atmosfera típica dos shows de blues.
Referências: